29 de mar. de 2011

Motorola Xoom - tablet de respeito!

Aparelho da Motorola é o primeiro com sistema Android Honeycomb.
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É uma história que se repete. Fase 1: Apple lança um produto. Blogueiros e analistas apontam as razões de seu futuro fracasso. Fase 2: o produto chega às lojas e as pessoas ficam loucas por ele. Fase 3: todas as outras empresas da área produzem cópias.
Aconteceu com o iMac e o iPhone. Agora o iPad original está entrando na fase 3. A Apple vendeu 15 milhões de iPads em nove meses, então pode apostar que 2011 será o ano dos clones de iPad.
Nos Estados Unidos, a partir desta semana já é possível comprar um dos rivais mais aguardados do iPad, o Motorola Xoom (nota do editor: não há data de lançamento para o Xoom no Brasil). Como a maior parte dos concorrentes, o Xoom roda o sistema Android, mas o aparelho é o primeiro com a versão 3.0 (Honeycomb). Esta versão é a primeira criada para tablets, e não para smartphones.

O Xoom mantém a recente linha de aparelhos atraentes, compactos e bem planejados pela Motorola. O aparelho tem praticamente os mesmos tamanho e peso do iPad. A maior diferença para o tablet da Apple está na parte traseira (feita de plástico emborrachado, em vez de alumínio).
Há, entretanto, outras diferenças. Uma é o preço: nos Estados Unidos, o Xoom custa assustadores US$ 800, mais de US$ 200 acima do iPad equivalente de 32 GB. É possível pagar US$ 600, mas apenas se o usuário optar por um plano de dados da operadora Verizon.
Processador de dois núcleos está entre os recursos
O Xoom tem um processador de dois núcleos. Isso, de acordo com a Motorola, significa que games têm animações mais sofisticadas. E o aparelho também tem câmeras. A câmera de fotos tem 5 megapixels e grava vídeo em alta definição. A câmera frontal, para videoconferências, tem resolução menor. O novo software Android 3.0 traz alguns recursos de vídeo e prioriza algumas ferramentas que ninguém usa, como sépia e polarização.
Evidentemente, uma câmera é muito útil em um tablet e isso será uma vantagem do Xoom, pelo menos até o lançamento do iPad 2 (que deve ser anunciado na próxima semana). Se o próximo iPad não tiver uma câmera, prometo que comerei um tablet.
A tela do Xoom tem  uma resolução pouco superior à do iPad, e o aparelho tem um formato um pouco diferente, mais alongado. O formato da tela é melhor para vídeos, mas pior para fotos e mapas.

O Xoom tem alto-falantes estéreo, bateria com 10 horas de duração e um botão de desligar na parte de trás, justo no lugar em que seu dedo pode esbarrar por engano.
Um recurso muito legal: o Xoom tem uma porta HDMI. Por meio dela dá para mandar áudio e vídeo para TVs. É um recurso interessante para quem trabalha com PowerPoint e viaja com frequência.
Android Honeycomb é principal novidade
Não, a história que interessa aqui é o Honeycomb, o software para tablets do Google. Esse é o rival de verdade para o iPad. Tablets de todos os preços e tamanhos com Honeycomb chegarão ao mercado nos próximos meses.
Então, como é o Honeycomb? Quatro palavras: mais poderoso, mais complicado.
A tela agora traz duas faixas com ícones pequenos. Na teoria, a faixa superior pertence ao programa aberto no momento, e a faixa inferior lembra a bandeja do Windows (ícones de status de aplicações e atalhos para menus de configuração).
Mas esses ícones são muito enigmáticos, dá até pra pensar que foram criados por extraterrestres. Parece que o Google se esqueceu de uma grande falha de ícones sem identificação em telas sensíveis ao toque: não dá para saber para quê servem antes de acioná-los. Não há nem dicas quando se segura o dedo sobre um deles. É necessário ativá-los, ver o que acontece e decorar suas funções.
Além disso, muitas das funções embutidas nas faixas são confusas. Por que o ícone de relógio traz sua lista de notificações (downloads realizados, mensagens de texto recebidas etc.)? Por que algumas configurações são acessadas na faixa inferior e outras na faixa superior? O Android quer ser o Windows quando crescer?
Algumas mudanças no Honeycomb são interessantes. Há um menu pop-up de aplicativos recentemente abertos (não somente os nomes, mas pequenas imagens que mostram a última atividade realizada). Os widgets também estão mais flexíveis. É possível, por exemplo, navegar no conteúdo de um widget sem ter que abrir o aplicativo em tela cheia.
Na categoria de “recursos variados”, o navegador agora tem um modo para navegação privada (em que não armazena cookies, histórico ou qualquer outro dado). Em cidades como San Francisco e Nova York, o Google Maps exibe modelos 3D dos prédios (algo útil se você for um piloto de jatinho comercial, acho).

Ferramentas "inspiradas" no iPad
Outros avanços podem ser classificados como “carinhosamente roubados do iPad”. Veja os novos aplicativos do Gmail e de e-mail convencional, por exemplo (ainda não sabemos porque temos aplicativos diferentes para Gmail e outros serviços).
Eles foram redesenhados para ficarem iguais ao aplicativo de e-mail do iPad. Ou seja, quando o tablet está na vertical a mensagem ocupa toda a tela, quando está na horizontal, surge uma lista de mensagens na parte esquerda, e a mensagem principal fica com o resto da tela. O aplicativo de contatos também é muito parecido com o do iPad.
Há ainda um aplicativo de livros, que imita o iBooks até na animação de virar as páginas (ele acessa a nova loja de e-books do Google). Todos os outros benefícios do Android permanecem, como reconhecimento de voz e navegação GPS de primeira.
No momento há poucos aplicativos projetados para telas grandes com Android. Já no caso do iPad há 60 mil aplicativos (fora os 290 mil criados para iPhone e compatíveis com o tablet). Mas isso é uma desvantagem momentânea. A quantidade de aplicativos para Android vem crescendo rapidamente.
Quem quer comprar um tablet deve esperar alguns meses. É necessário esperar pela nova versão do iPad, claro, mas também pelo tablet da RIM (fabricante do BlackBerry) e pelo TouchPad, da HP. Esse aparelho parece ser bem interessante e traz o webOS (sistema projetado por ex-funcionários da Apple para os smartphones da Palm).
Ainda não está claro se o mundo precisa de todos esses tablets, todos com sistemas e lojas de aplicativos diferentes. Não há diversidade de recursos que justifique a enxurrada de aparelhos que ocorrerá nos próximos meses. Boa parte dessas empresas parece produzir um tablet só pra dizer que tem um concorrente do iPad.
Enquanto isso, a Motorola merece os parabéns pelo Xoom. Para fãs de tablet, é uma excelente opção. O preço é alto, mas o aparelho é atraente.
fonte:David Pogue-the new york times.



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